jueves, 1 de enero de 2015

Se Eu Ficar - Gayle Forman

Mia tem 17 anos e é uma violoncelista muito talentosa. Seus pais são carinhosos, seu irmão mais novo – Teddy – é um doce, sua melhor amiga – Kim – é bastante fiel e seu lindo namorado – Adam – extremamente apaixonado.
Sua vida não tinha necessariamente nada de especial, mas era bastante boa, com planos e expectativas de um futuro brilhante. Só que tudo isso é interrompido quando, ao sair com a família, o carro em que estão sofre um terrível acidente.
Quando acha que tudo vai ficar bem, Mia descobre que está extremamente machucada, seus pais estão em situação ainda pior, e seu irmãozinho precisa de socorro urgente. Só que a parte mais esquisita é que ela não está sentindo nada… Simplesmente porque está acompanhando tudo o que aconteceu do lado de fora. Fora de seu corpo.
Anestesiada e suspensa entre a vida e a morte, tentando entender o que está acontecendo ao seu redor, Mia tem algumas horas para reavaliar sua vida, considerar seu futuro e decidir se quer desistir de tudo ou lutar para continuar viva.
Com delicadeza e sensibilidade, Gayle Forman nos conduz pela vida de Mia, com flashbacks que nos mostram seu dia a dia e todos os fatos relevantes que ajudaram-na a ser a pessoa que é.
Intercalado ao passado, temos o relato do doloroso presente. Descobrimos a amplitude do sofrimento da família e dos amigos e da própria protagonista, dividida entre sobreviver ou desistir. É uma decisão difícil, quase impossível, e talvez ninguém devesse ter que tomá-la.
Descobrimos que a paixão de Mia pela música pode levá-la à Juilliard, mas que isso pode ser um problema para seu relacionamento, já que Adam é músico e sua banda está começando a fazer sucesso o suficiente para mantê-lo ocupado. Com o coração dividido, a jovem está determinada a seguir seu sonho, mas não consegue se imaginar abrindo mão de viver esse amor.
Na verdade, esse é o maior conflito na vida de Mia antes do acidente. Sua família não era perfeita, mas muito unida e amorosa. Tudo o mais parece bastante bom, inclusive os momentos de muita interação com sua melhor amiga – que, por pouco, não havia se tornado sua maior inimiga.
Além de Adam e Kim, vovô e vovó também são personagens determinantes para a escolha de Mia. Cada um a sua maneira expressa seu amor e carinho pela menina, ajudando-a ou tornando ainda mais difícil decidir. Apesar disso, no fim, ela está sozinha. Ela precisa escolher sozinha.
O problema com a história é que ela é superficial. O tema explorado é complexo e abrangente demais para menos de 200 páginas, o que acabou me decepcionando. Fiquei bastante tocada com o drama da protagonista e muitas cenas – especialmente as que envolvem vovô – deixaram meus olhos cheios d’água.
Acho que se o livro fosse mais longo seria mais envolvente. Apesar disso, considerei uma leitura bacana. Acho que poderia, inclusive, ser feita em escolas para tratar de um tema pesado de forma interessante – mais ou menos como os 13 português, apesar de ser um assunto totalmente diferente.
Acredito que se eu fosse mais nova, talvez no início da adolescência, teria conseguido ter uma empatia maior pela história e a forma como foi contada, com muita simplicidade. Mas hoje, já mais velha, esperava um pouco mais.
Apesar disso, estou muito curiosa para ler Where She Went, que é a versão do fofo do Adam para tudo o que aconteceu, mas focando no que veio depois da decisão de Mia. Espero poder matar a curiosidade em breve.
É um livro que fala de morte e escolhas de forma não muito profunda, mas com clareza o suficiente para nos tocar. Uma leitura extremamente rápida, que merece ser feita, especialmente, se você estiver, como já comentei, na faixa dos 15 anos

No hay comentarios:

Publicar un comentario